Droga, até quanto?

Hoje vi uma notícia no portal G1-Paraíba, e obviamente com sua tendência e objetivos nem sempre claros, dava conta de que um adolescente foi pego junto com outros amigos, adolescentes também, "consumindo maconha", Até aí nenhuma novidade se não fosse um pequeno detalhe cuidadosamente enfatizado: "Filho do Secretário de Segurança da PB..."

Depois de muito tempo calado frente a esse assunto resolvi fazer um comentário na página de um portal local que reproduzia a matéria citada acima (print), pois muito tem se falado sobre drogas e as campanhas e "políticas públicas de enfrentamento". Gostei do que escrevi e decidi publicar aqui em meu blog, gostei não porque é a melhor coisa escrita, mas porque era algo que sempre esteve engasgado na minha garganta, e como cidadão livre, tenho meu direito de expressão.

O  MEU COMENTÁRIO:

O fato de ser uma adolescente filho de quem é não tem nenhuma importância. O importante 
nisso tudo é que ou a sociedade deixa de ser hipócrita e começa a perceber que o consumo de drogas independe de classe social, ou de qualquer outra natureza e amplia essa discussão e esse enfrentamento de forma direta e humana. Somos todos responsáveis por isso, os que se escondem os que se mostram, e ainda mais o que dependem de qualquer tipo de droga, como o álcool, o tabaco, a maconha e agora o veneno do crack. Então a questão é bem maior, o buraco é bem mais em baixo. 

Imagem:google

O que temos feito? - Campanhas, comitês, cartazes, palavras de ordem, me poupem! A verdade é que as drogas já venceram essa luta, não por ser desigual, mas porque quem é usuário de qualquer que seja percebe seu "aditivo" como algo bom, positivo, libertador... um verdadeiro amplificador da mente. por outro lado, toda política feita ou pensada acerca do confronto às drogas, são políticas proibitivas que vêem o usuário ou dependente apenas como tal, ou pior, como um bandido, um marginal. Marginal esse que nós construímos com nossa omissão e falta de alternativas, esquece-se que são seres humanos, resultado de uma sociedade desigual e capitalista, onde o consumo é marca do sucesso. Mas não é este o caso (desse caso). o tripé dos anos sessenta e que segui-se como estigma: sexo, drogas e rock, há muito já ficou ultrapassado. Alguns desses "heróis" morreram de overdose ou da promiscuidade sexual com o advento da AIDS.

 Mas a maior e mais poderosa droga existente ainda é a hipocrisia, o faz de conta "só o filho do vizinho é que pode se envolver nessas coisas" embora seja ele o melhor amigo do meu filho. Por outro lado há uma mistificação do que seja droga, a maconha por exemplo, conheci PHDs que fazem uso diariamente após seu trabalho, num encontro com outros amigos (seus pares em mesmo nível!); doutores, professores, e gente comum, que prefere um "fininho" a uma cerveja, ou uísque, ou cachaça (para os que não tem o mesmo poder de compra). E os LSDs, Cocaína etc... Ah, essas são drogas para ricos, e  que estão alí na esquina nas mãos de um "granfino". insuspeito e não com os rasgados sujos, esses, em sua maioria são verdadeiros zumbis sem perspectiva de vida, sem nada mais a perder, para vender, só a vida!

Imagem: Google

Mas existem "clínicas" de tratamento, eu diria espaço de trocas, ausenta-se do seu produto de consumo, em troca por uma "bolinha" tranquilizante. Trabalho braçal, como se esse fosse o meio (castigo) para deixar "limpo" quem a falta e ausência "sujou". E o mais incrível ainda é a questão da religião como alternativa (outra troca), e saibam que não é brincadeira que há quem utilize páginas da bíblia como papel para enrolar um cigarrinho. Loucura isso? Não. Isso é realidade, que a gente não vê, ou melhor, não quer ver, é melhor que não veja.
Não faço defessa do uso de qualquer tipo de droga(lícitas ou ilícitas) , mas não engulo mas a fumaça da mentira e da hipocrisia, ou deixemos de lados os preconceitos ou continuaremos ver jovens de todas as idades, sobretudo no tempo de sua formação humana e cidadã, buscar alívio, fuga, ou simplesmente um relaxamento, enquanto pensam que estão construindo sua personalidade.
O que estamos (não) fazendo é uma desfaçatez, e em matéria de disfarce, ninguém melhor do que um "dependente" para isso.
Querem santos, jovens uniformizados, certinhos, dando a resposta que queremos ouvir? Não tenhamos dúvidas, eles se farão (de) santos. Mas nós somos o quê , ou quem?
Eu pelo menos aprendi a ser educado, assim como a Rita Lee, se me oferecem algo que não me serve para melhorar a minha minha vida eu digo NÃO, mas digo com respeito ao ser humano do outro lado: "Não. Obrigado!"

Pedro francisco da Silva

Este é o link para a reportagem:

http://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/2012/12/filho-do-secretario-de-seguranca-da-pb-e-detido-por-consumo-de-droga.html